Digital publishing em 2013:
pé no chão
Provavelmente 2013 foi o ano mais “pé no chão” do digital publishing desde o surgimento do Kindle, em 2007, uma data considerada bem marcante nessa área, com todo tipo de previsões sobre o fim do livro impresso.
Hoje assistimos às vendas de eBooks desaquecendo no principal mercado mundial, dúvidas em relação ao futuro do livro ilustrado digital – que ainda não encontrou o seu caminho – e uma parcela importante dos leitores mais jovens assumindo sua preferência pelo cheiro do papel.
A convivência pacífica entre livro impresso e digital tem sido mantida. Ao contrário do que ocorreu na indústria fonográfica, na qual a distribuição digital reduziu drasticamente o uso do CD, o eBook não tem representado uma mudança disruptiva para o impresso, mas um caminho complementar, com suas características particulares – pelo menos por enquanto.
Desafio maior, tanto para impresso quanto para digital, está na concorrência entre leitura e a multitude de opções de entretenimento que se encontra hoje: cinema, games, música, apps e a própria web.
Do autor ao leitor, sem intermediários
O livro digital tem sim suas belas vantagens em relação ao impresso. Vamos ao óbvio: portabilidade, armazenamento e distribuição. Mas não resta dúvida de que, para quem efetivamente cria o conteúdo, a maior promessa do digital é a conexão direta com o público leitor e a descentralização dos meios para monetizar essa conexão, ou seja, ferramentas de publicação e criação de conteúdo acessíveis. O potencial disruptivo está aí.
“A web aberta é o cenário mais promissor para o conteúdo digital, e não necessariamente um formato de livro específico”
Olhando por esse ângulo, a web aberta é o cenário mais promissor para o conteúdo digital, e não necessariamente um formato de livro específico, que acaba preservando o mesmo modelo vertical do mercado editorial tradicional e das grandes empresas de tecnologia. Um formato aberto, multi-dispositivo e tecnologicamente abrangente ainda não existe na prática.
Quem estiver à busca de independência – quem não está – e souber desenvolver com propriedade sua plataforma de autor na web não tem do que reclamar, as oportunidades e ferramentas estão aí, ainda que muito fragmentadas.
Fui testemunha de iniciativas bem sucedidas nesse sentido. Elas têm algo em comum: os autores foram além do próprio texto e assumiram o papel de empreendedores, tirando máximo proveito do marketing digital, assumindo o controle do destino das suas iniciativas.
Retrospectiva
A exemplo do ano anterior, apresento uma breve restrospectiva interativa com alguns dos principais fatos que marcaram o editorial digital. Você pode acessá-la pelo botão abaixo:
Digital Publishing: linha do tempo 2013
Um excelente 2014! Obrigado pela visita!
Digital Publishing 2012: retrospectiva
O que mais marcou o mercado editorial digital em 2012? Esse foi um ano agitado para o digital publishing, com a chegada de grandes players internacionais (Amazon, Apple e Kobo), abertura de lojas online, parceiras com editoras daqui, avanços técnicos dos dispositivos, especificações e por aí vai. Para fazer um apanhado dessas notícias, apresento aqui no PageLab uma linha do tempo interativa com a restrospectiva, que você encontra clicando no botão abaixo.
Digital Publishing: linha do tempo 2012
É interessante ver o contraste entre grandes lançamentos de aparelhos ultra-modernos e o desinteresse em relação à leitura no Brasil, apresentado na pesquisa Retratos da Leitura. Espero que, de 2013 em diante, esse quadro se reverta, e essas “modernidades” possam contribuir para que as pessoas tenham mais acesso e interesse pelos livros.
Não gosto muito de previsões, mas tudo indica que o ePUB3 se consolidará cada vez mais no mercado (apesar do protecionismo) e livros digitais feitos com cuidado e inspiração devem ser cada vez mais valorizados!
Obrigado pela sua visita ao blog neste ano! Um excelente 2013!
Crédito da foto deste artigo: Dominic’s pics (cc)